Doenças da Pele
Hanseníase
O que é?
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução
crônica (muito longa) causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo
que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do
corpo. A doença tem um passado triste, de discriminação
e isolamento dos doentes, que hoje já não existe e
nem é necessário, pois a doença pode ser tratada
e curada.
A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo,
por germes eliminados por gotículas da fala e que são
inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do
nariz. Outra possibilidade é o contato direto com a pele
através de feridas de doentes. No entanto, é necessário
um contato íntimo e prolongado para a contaminação,
como a convivência de familiares na mesma residência.
Daí a importância do exame dos familiares do doente
de hanseníase.
A maioria da população adulta é resistente
à hanseníase, mas as crianças são mais
susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando
há um paciente contaminante na família. O período
de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores
predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico,
a desnutrição e a superpopulação doméstica.
Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência
nos países subdesenvolvidos.
Manifestações clínicas
As formas de manifestação da hanseníase dependem
da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença.
Esta resposta pode ser verificada através do teste
de Mitsuda, que não dá o diagnóstico
da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo
ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado
negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa
intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas
da doença:
- Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.
- Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
- Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.
- Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.

A hanseníase pode apresentar períodos de alterações
imunes, os estados reacionais. Na hanseníase
borderline, as lesões tornam-se avermelhadas e os nervos
inflamados e doloridos. Na forma virchowiana, surge o eritema nodoso
hansênico: lesões nodulares, endurecidas e dolorosas
nas pernas, braços e face, que se acompanham de febre, mal-estar,
queda do estado geral e inflamação de órgãos
internos. Estas reações podem ocorrer mesmo em pacientes
que já terminaram o tratamento, o que não significa
que a doença não foi curada.
Tratamento
A hanseníase tem cura. O tratamento da
hanseníase no Brasil é feito nos Centros Municipais
de Saúde (Postos de Saúde) e os medicamentos são
fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados
durante todo o tratamento.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma
da doença: 6 meses para as formas mais brandas e 12 meses
para as formas mais graves.
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